1/31/2010

O que vale é que não estamos em crise nem nada!

Mário Soares, finalmente, explicou tudo. Não há terceira república como alguns dizem. Há a primeira república, de 1910 a 1926, e a segunda, de 1974 para cá. Ali no intervalinho não conta porque não se levou à prática aquilo a que eles chamam de ética republicana e que eu chamo simplesmente de ética, e que é o respeito pelos direitos humanos, pela liberdade, pela igualdade blá-blá-blá. Já sabemos.
Ora se é assim, será que ainda vamos a tempo de poupar os dez milhões destinados a comemorar os cem anos da palhaçada? É que na verdade ainda só vamos em 52!

1/27/2010

Coisas irritantes como o caraças


O Jô Soares a tentar falar português com sotaque de cá. Ou seja, sem sotaque. Chiça, até dói!

1/26/2010

Isto sou eu a dizer, claro.


Ora aí está o sr José Gomes e a sua esposa, de Caceira de Cima (sim, existe, eu fui ver), fotografados à porta de casa depois de terem ido colher umas couvinhas para o jantar e sorridentes como sempre ficam quando lhes estão a tirar o retrato. Eu aposto que os dois nem sonham que foram parar a um anúncio dum produto supostamente natural para curar a disfunção eréctil, onde a sua foto é acompanhada por um texto com excertos tão mimosos como este:
"Cerca de um mês depois de ter parado de tomar o suplemento, voltei a ter problemas de erecção, afirma José. A minha mulher disse-me para voltar a tomar os comprimidos, conta." e "Aos 64 anos, não se pode ter garantida uma vida sexual agradável e divertida."
E assim pode qualquer pessoa, sem saber ler nem escrever, ficar com a fama de não ver o padeiro há que tempos e tornar a vê-lo com a ajuda duma pílula.
Não sei se em Caceira de Cima também se recebe a revista "A Família Portuguesa", mas em caso afirmativo, grande alegria deve ir na tasca da aldeia com este novo acontecimento para tema de conversa à volta dumas minis.

1/25/2010

Se alguém conseguiu perceber a lógica

daquela história imbecil duns pilotos da TAP que andaram a insultar-se uns aos outros no facebook, agradeço que me explique.
A mim parece-me coisa de quem não tem mais que fazer.

Olá queridos clientes, passaram bem? Então o Santana lá recebeu a medalheca não foi? Pois foi. A coisa até seria engraçada se não estivessem associadas a estas condecorações subvenções vitalícias pagas por nós. E que não são de valor igual ao ordenado mínimo, podem ter a certeza. Mas viva a república. Vamos ver os acontecimentos desta semana.

1. Manuel Alegre assumiu que está disponível para a presidência da república. Não nos parece grande coisa isto. Se ele estivesse disponível para sachar umas batatas ou dar o litro numa fábrica de cortiça, isso é que era de valor! Para o bem bom, qualquer pessoa que não seja retardada está disponível. De qualquer maneira não nos parece que lá chegue porque ao contrário do que esperava só teve o apoio do berloco. É o que dá armar-se aos cágados. Quem quer tacho, tem que ser obediente!

2. Cristiano Ronaldo foi escolhido para uma campanha da Armani e isso foi notícia em muitos e diversos meios de comunicação. Não percebi. É só para mostrar as carnes. Se ele tivesse sido escolhido para ensinar literatura clássica ou álgebra em qualquer lado, isso sim já era notícia! E das graúdas!

3. Houve um jogo de futebol entre o Porto e o Belenenses que só ficou decidido depois de trinta penaltis. Foi um dos raros casos em que o desempate conseguiu ser quase tão chato como o jogo em si.

4. As escutas a Pinto da Costa foram publicadas no youtube por um anónimo. Para quê? Alguém achava que era possível que qualquer conversa entre o Pinto da Costa e árbitros pudesse ser uma coisa interessante?

5. Depois de muitas reuniões entre o governo, o PSD e o CDS (um de cada vez e a fazerem-se difíceis como as noivas), lá ficou decidido que o orçamento de estado para 2010 vai ser aprovado. Isto mostra bem que deve ser uma m... dum orçamento, porque já se sabe que onde há muitas reuniões não se faz um c... A única coisa positiva foi que, dizem, o Teixeira dos Santos conseguiu fazer Bingo duas vezes e o Paulo Portas fez várias vezes linha.

6. Graças ao sismo no Haiti, um grupo de artistas, bem como a mais que caduca MTV, tiveram a oportunidade de se auto-promover completamente à borla, numa mega-operação da treta que incluiu dondocas e pseudo-galãs a fazer de telefonistas num espectáculo do mais patético que se viu nos últimos tempos. Quanto aos haitianos, continuam pobres.

E pronto queridos clientes, por hoje é tudo. Tenham uma boa semaninha e fiquem bem, com a beijoca do costume da sempre vossa

Rosarinho

1/23/2010

Tás marcado!


A TVI, que já não é grande coisa, devia também ter cuidado com a publicidade que faz. Agora quando vamos ao multibanco, metemos o cartão e aparece uma mensagem que diz "O teu destino está marcado". É capaz de não ser boa ideia porque, pensem comigo um bocadinho: Esta m... está toda de tanga, a vida é tão difícil, e quando uma pessoa vai ao multibanco levantar uns trocos que ainda vai tendo, ali a fazer contas à vida e a pensar quantas vezes é que tem de almoçar e jantar até receber outra vez, se já pagou ou não a conta da água, já sem grande motivação para nada... olha para ali e lê aquilo, "O teu destino está marcado". Fogo, animador como o caraças!

1/22/2010

Ora tomem para o fim-de-semana

Como passei alguns momentos em que até borrei a pintura toda a rir, e como ultimamente já me acusaram de só fazer aqui lembrar coisas tristes, partilho convosco este site fantástico.

Alguns exemplos:






1/21/2010

O comando é meu, mas pouco

Aí fui eu toda lampeira à loja da MEO para contratar o serviço de internet e televisão e quando lá chego, pimba. O serviço de internet anunciado com a velocidade de 20 megas é, na realidade de 12. Depois, com o tempo, talvez venha a ser de 20. Mas melhor ainda, só se pode ter duas televisões em casa. Se tivermos uma terceira, essa irá repetir (se for possível instalar uma derivação), o que está a transmitir a segunda. Ou seja, vamos todos para a cama cá em casa e, para ajudar a adormecer sem comprimidos das duas uma: ou a miúda fica a ver o prós e contras de castigo, ou nós ficamos a ver os episódios repetidos dos Simpsons de castigo.
Agora já percebi porque é que aqueles anúncios dos Gato Fedorento a esmeoçar umas conversas da treta não querem dizer nada. Porque não interessa mesmo dizer o que a MEO tem para oferecer.
Vai daí que os mandei pastar e fui à ZON. A menina que nos atendeu (simpática, note-se), abriu logo as hostilidades a olhar para nós com uns olhos muito abertos e a perguntar: "É só televisão não é?". Ainda me apeteceu responder-lhe: "Não filha, eu e o meu Zezinho não vamos para a cama sem ver uns sites porno primeiro", mas depois não disse que ela era loira e podia pensar que era verdade. E temos que nos habituar à ideia que daqui para a frente vamos levar cada vez com mais frequência com as certezas que a canalha tem enfiadas nos cornos a respeito das pessoas que nasceram há mais tempo.
Mas é preciso muita fibra!

1/20/2010

Nascer com o cu virado para a lua


"Eu não sei bem quem tu és
Sei que gosto dos teus pés"

E eu sei que também gostava que me pagassem para escrever a primeira merda que me viesse à cabeça.

1/19/2010

E com respeito à "conrespondência"!...


Ontem, carago, por causa do aniversário do Peixoto nem vos contei, mas recebi um mail dum senhor da ASAE que me sensibilizou muito. Foi assim, quando vi aquela m*rda até pensei que não era para mim e que o gajo se tinha enganado. Ou que era spam. Mas afinal não, o sr. Picciochi escreveu mesmo para mim, tão querido. Sim, porque depois de fazer um enorme esforço de memória, lá me lembrei que tinha feito queixa à ASAE porque na Stapples, para accionar uma garantia duma porcaria qualquer que lá compramos, tipo um telemóvel ou um computador, pedem-nos dinheiro e fazem-nos assinar uma cena a dizer que prescindimos desse dinheiro se eles decidirem que a culpa é nossa. O que me parece que é ilegal, mas isto sou só eu a dizer que sou padeira. Mas voltando ao assunto, pá, ainda bem que o Sr Picciochi, que é director de serviços e ganha 3734,06€ dos nossos impostos mais despesas de representação, se disponibilizou ao fim de três meses para me informar que não tem nada a ver com isso, quando na verdade a p*ta da garantia já acabou.
Onde é que se pode ir para fazer queixa da ASAE?

1/18/2010

E ao Peixoto? Já deram os parabéns ao Peixoto?

Olá queridos clientes, que tal vos correu a semanita? Espero que não muito mal, e se morarem em certas zonas, espero que tenham um barquito para irem para o trabalho que isto tem andado assim para o húmido. Mas vamos ver então os principais acontecimentos dos últimos sete dias.

1. Comaçamos pela Irlanda do Norte, de onde veio a segunda notícia mais divertida da semana. Iris Robinson, mulher do primeiro-ministro, foi descoberta a papar um puto de dezanove anos que até para mim era tenro demais, dass! Depois ela e o marido fizeram um acto de contrição público que foi muito bonito, a malta foi às lágrimas, ela confessou, ele fez um belo discurso... e passados uns dias descobriu-se que afinal também tinha comido o pai do puto e mais um amigo do partido. Que se saiba! Não foi esclarecido se todos ao mesmo tempo ou um de cada vez.
A senhora Robinson foi muito criticada por ser conservadora, religiosa e furiosamente contra a homossexualidade. Mas na verdade isso não tem lógica nenhuma. Ela pode ser contra a homossexualidade e facturar toda a criatura com pila que se mexa. Não está a ser nem um bocadinho incoerente! E mais, pode ser conservadora e fazer aldrabices com o erário público como fez para favorecer o miúdo. Aliás, aqui não está a ser mesma nada incoerente. Fazer intrujices, no mundo da política, não tem nada de inovador!

2. No santuário de Fátima apareceram uns grafittis. Assim como em todos os túneis, pontes, carruagens de comboio e de metro, empenas cegas, escolas, edifícios abandonados e muros deste país. Mas os de Fátima foram notícia. Se calhar ficaram mais giros.

3. O governo assinou um acordo com as universidades. Aquele compromete-se a dar mais dinheiro para estas continuarem a engordar a cambada de inúteis que lá tem tacho, e estas comprometem-se a formar maior quantidade de alunos. Para que isto aconteça, é inevitável que baixem um pouco os altíssimos padrões de exigência. Para já ainda não se sabe se vai continuar a ser imprescindível saber assinar o nome todo para entrar no ensino superior, mas penso que pelo menos o primeiro e o último continuará a ser.

4. Agora sim, a notícia mais divertida da semana mesmo antes de acontecer, foi o anúncio da entrega duma medalha a Santana Lopes pelo presidente da república, devido aos relevantes serviços prestados ao país. Felizmente estou a escrever e não a falar, porque não sei se conseguia dizer isto tudo assim seguido sem me rir. É positivo que a presidência da choldra, nestes tempos de crise, contribua com o seu bom sentido de humor para animar o povo. Só acho que, além do Santana, também o Emplastro devia receber uma medalha igual, uma vez que tecnicamente não contribuiu de forma menos relevante para o país, seja lá isso o que for. Por isso, já criei um grupo de trabalho para exigir uma medalha igual à do Santana para o Emplastro, a que qualquer pessoa pode aderir aqui. Claro que para tal, se não tiver, tem que criar um perfil no facebook. Mas acredite que é para uma boa causa.

E pronto queridos clientes, por hoje é tudo. Tenham uma boa semana até nos voltarmos a ver na segunda-feira e fiquem com uma grande beijoca da vossa

Rosarinho

1/17/2010

Badtime Story IV

Com o processo de consultoria quase a terminar, fui chamada pelo consultor que, mais uma vez com o ar mais consternado do mundo, me mostrou os números do projecto e me explicou que a minha empresa não era viável. Ia ter prejuízos brutais e, como tal, era preciso revê-lo em pouquíssimo tempo. Propôs-me que retirasse despesas e aumentasse o capital a investir. Ou seja, uma operação de cosmética.
Na altura eu recusei e disse que, sendo assim, era preferível o projecto ser chumbado do que levar marteladas para compor os resultados pois não estava disposta a abrir uma empresa inviável. Logo no dia seguinte, estava a ser informada que nesse caso seria considerada a minha desistência e como tal teria que pagar à empresa as horas de consultoria, num total de dez mil e tal euros, ou seja, mais de oitenta euros/hora. Tinha que remodelar o projecto e mais nada.
Fui para casa pensar no assunto e retirei imensas despesas, umas mais ou menos supérfluas como publicidade mas outras indispensáveis como uma viatura e pessoal. No entanto, naquela altura do campeonato já não me sentia nada confiante naquele projecto e decici não aumentar o capital a investir. Pelo contrário, diminuí-o. Até porque todos os números que estavam naquele plano eram tão sólidos como manteiga. Os clientes tinha-os decidido eu sozinha, sem qualquer apreciação crítica por parte do consultor, como se fosse possível aparecerem do nada tantos clientes como eu quisesse. Se queriam uma empresa para dar prejuízo, que a abrissem eles.
Apresentei a versão final do projecto e fiz saber que dali não arredava pé. Fizessem o que quisessem, chumbassem-me o plano, paciência. Avançar só avançava com segurança.
A partir daí foi um inferno, com uma pressão constante em cima de mim da parte de toda a gente. Diziam-me que um projecto inviável era culpa minha e era considerado desistência, que tinha que indemnizar a empresa de consultoria por isso, ameaçaram-me com tribunal, estalou o verniz todo, foi uma pouca-vergonha inqualificável. O que se passava na verdade é que, no caso de um plano ser inviável, nem o candidato recebia o incentivo de 5000 euros para a empresa, nem a consultoria recebia o pagamento de elaboração do dito, muito superior ao que recebia o candidato para abrir o negócio por surreal que isso pareça. E isso eles não queriam aceitar nem por nada.
Nesta altura tive, felizmente, o apoio do meu marido, mais habituado do que eu ao mundo dos negócios e como tal menos totó. Foi comigo a uma reunião final onde me ajudou a pôr o gajedo todo com dono.
Pararam de me chatear até hoje pelo menos. Contratei uma advogada que ficou pronta para me defender quando viesse o tal processo em tribunal mas até hoje não foi necessário.
Mais tarde, vim a descobrir que entre a instituição que coordenava todo o projecto e a empresa de consultoria escolhida havia amizades e até casamentos. Era uma panelinha de gente que andava ali para sacar algum e que o sacava desse para onde desse. Descobri que inclusive havia formadores a quem eles pediam que assinassem formações inexistentes para receberem dinheiros dos fundos comunitários.
Das minhas colegas que abriram efectivamente a empresa, todas receberam a miséria do incentivo tarde e a más horas quando já tinham os fornecedores todos à perna e pelo menos a uma a vida correu muito mal pois a empresa também não era a mais viável do mundo. No fundo, as pessoas eram pressionadas a martelar os planos por onde fosse necessário até eles serem aprovados e toda a gente receber. Se no futuro as empresas eram viáveis ou não... que se lixasse.

Só contei esta história para dar uma pequena amostra de como são utilizados neste país os fundos comunitários para incentivar a abertura de empresas e melhorar a economia. Ou seja, não vamos lá. Não vamos mesmo. Está-nos no sangue.

Obrigada pela pachorra.

1/15/2010

Badtime Story III

Começou a consultoria. E lá íamos nós xis vezes por semana para uma reunião com o respectivo consultor, a fim de elaborar o plano de criação duma empresa. Aqui, uma das coisas que eu comecei a estranhar foi, por exemplo, perguntarem-me quantos clientes achava que ia ter e ser suposto eu responder qualquer coisa e essa resposta ir parar ao plano. Na verdade eu pensava que era ao consultor que competia fazer o estudo de mercado para saber qual a previsão de clientes duma forma realista. Também me era perguntado assim do nada quanto ia pagar a cada empregado e de que forma os ia contratar, quanto ia gastar em publicidade... Na verdade aquilo era um plano mais parecido com um sonho ou uma utopia, e a função do consultor era apenas pôr no papel, com uma linguagem e uma estrutura próprias, os dados que eu própria fornecia sem qualquer base sólida.
Alguns dias depois de iniciado o processo, chamaram-nos à instituição que coordenava tudo para nos fazer assinar uma declaração na qual nos comprometíamos a pagar todos os custos da consultoria se desistíssemos antes do fim. Como eu, de qualquer forma, não tinha qualquer intenção de desistir pois não ando a brincar com a vida dos outros nem com a minha, assinei na boa.
Mais ou menos a meio do processo e com um ar extremamente consternado, o consultor informou-me de que, afinal, tinha que constituir a empresa antes de saber o resultado da candidatura do meu plano, pois essa era uma das exigências do projecto, coisa que nunca me tinha sido dita antes. As minhas colegas assim fizeram mas eu, ranhosa como sou, disse que nem pensar, que não era isso que estava combinado e que não ia arriscar assim a minha vida como se aquilo fosse uma brincadeira. Eles que tirassem o cavalinho da chuva. Foi nesse ponto que começaram os primeiros conflitos entre mim e as restantes pessoas envolvidas no assunto.
(continua)

1/14/2010

Badtime Story II

Tomada que estava a minha decisão de avançar para o plano de empresa, dirigi-me em dia e hora marcados a uma reunião com a responsável do projecto, que nos esperava com uns papéis de apontamentos na mão, supostamente para elaborarmos a candidatura a esta fase. Quando eu pensava que ia ter uma reunião cheia de informação, advertências e outras coisas mais do género, o encontro não constou de mais do que perguntar a cada uma das presentes qual era o ramo de negócio para o qual queria avançar, o que podia ter sido feito perfeitamente por telefone. Para minha surpresa, tanto podia ter dito que queria abrir uma banca de fruta no mercado como uma empresa concorrente da EDP. A reunião constava apenas de escrever os nossos nomes num papel e o ramo de negócio à frente. Boa!
Depois disto, ficámos à espera do resultado.
Entretanto, e depois duma oferta de que me surgiu de ficar com a carteira de clientes duma empresa que estava em risco de fechar por estroinice do dono, telefonei para a instituição a perguntar se podia mudar de ideias quanto ao ramo de negócio. Que sim, que não havia problema nenhum! Mas que depois dizia porque naquela fase não valia a pena. Sempre tudo assim, com a facilidade de quem bebe um copo de água.
Finalmente chegou a resposta às nossas "candidaturas". Estavam todas aceites e íamos então avançar para o plano. Foi nessa altura que tivemos uma outra reunião, na qual nos apresentaram os nossos consultores e nos explicaram que, se no final o nosso projecto fosse aprovado, seria financiado com uma quantia que ainda não se sabia exactamente qual era mas que de qualquer forma nunca seria grande coisa. À volta de 5000 euros por empresa.
Mas o mais divertido ainda estava para vir.
(continua)

1/12/2010

Badtime Story I

Então aqui vai como prometi ontem:

Há cerca de dois anos, cheia de pica para empreender, inscrevi-me num curso ministrado por uma conhecida instituição aqui da zona. Era um curso de empreendedorismo destinado a pessoas que quisessem iniciar uma empresa mas não percebessem um caraças do assunto, o que era o meu caso. Durante alguns meses estudava-se, de forma intensiva, coisas como gestão, contabilidade, análise de mercados, sociologia das organizações e afins. O curso era financiado através daqueles manás que vêm da UE, por isso gratuito. O objectivo era incentivar a criação de empresas e o espírito de empreendedorismo nas pessoas. Todas as pessoas seleccionadas tinham formação superior e passaram por várias fases de selecção para avaliar da sua motivação para o assunto. Até aí tudo bem. É mesmo isso que se espera, pensava eu.
Algum tempo depois de terminar o curso, recebi um telefonema da mesma instituição dando-me conta de que havia a possibilidade de fazer um plano de criação duma empresa, com apoio de consultoria, e no final esse plano ser financiado. Depois de pensar uma vez e outra e outra e de discutir o assunto em casa com o meu gajo, decidi que não tinha nada a perder e decidi avançar para essa fase.
É importante ter em mente que todo o projecto fazia/faz parte duma política de utilização eficaz dos fundos comunitários para estimular a criação de empresas, de empregos e assim revitalizar a economia. É importante porque não estamos, de facto, a falar duma brincadeira qualquer.
(continua)

Como pode o país vencer os desafios?

O tema de hoje do Prós e Contras inspirou-me para vos contar uma história verdadeira que aconteceu comigo. Começo amanhã. Em suaves episódios. Para não sofrerem muito duma só vez.
Até amanhã

1/11/2010

Olá queridos clientes, cá estou eu para vos ajudar a perceber as trapalhadas desta semana, que não foi muito profícua em quantidade de acontecimentos mas compensou em qualidade. Vamos ver.

1. Esta semana foi inaugurado o edifício mais alto do mundo, num país que foi fabricado há pouco tempo mas já está fora da garantia que é o Dubai. Não sei bem porque é que isso passou nas notícias. Não deve ser publicidade encapotada porque para quem trabalha cá ficava um bocado fora de mão ir morar no Dubai. Os transportes públicos para vir todos os dias são péssimos. E não, eu não vou repetir a piada mais seca sobre o assunto, aquela do elevador avariar.

2. O parlamento aprovou, no meio de grande folclore como sempre se espera nestes assuntos que não trazem nada de bom nem mau para o país, o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Nós aqui na padaria confessamos, estávamos à espera de mais tourada, mesmo assim, porque tirando aqueles totós que andaram a recolher assinaturas para se fazer o referendo e mais um ou outro a mandar bocas que valha-me Deus, não aconteceu nada. Mas agora cheira-me que o melhor ainda está para vir pois o diploma vai passar ao crivo do cromo-mor que é o presidente da bandalheira. Há uma série de hipóteses para o que vai acontecer então, mas eu avanço já aqui com uma bolsa de apostas ilegais:
a) O presidente promulga e pronto (ganha 80 vezes o que apostar)
b) O presidente inventa uma treta qualquer de a gente pôr as mãos à barriga e veta (ganha 2 vezes o que apostar)
c) O presidente manda ao tribunal constitucional com a esperança de que eles digam que não pode ser (ganha 2 vezes o que apostar)
d) O presidente atira aquilo para o banco de trás do jipe, à mistura com os outros que ainda não teve tempo de ler por ser um gajo ocupado, as fraldas dos netos e os chupas desembrulhados e pegajosos que lá andam e perde aquela merda (ganha 16 vezes o que apostar)

3. Depois de catorze horas de negociações com os sindicatos dos professores, a nova ministra da Educação conseguiu um acordo. Pronto. A partir de agora os putos vão começar a sair da escola a saber ler e escrever. Ou não.

4. Barack Obama reconheceu que houve falhas graves no sistema de segurança e que permitiram a tentativa de atentado no dia de Natal. Disse também que vai haver uma investigação e vão ser exigidas responsabilidades. Se for como cá, mais uns mesitos e está a ser despedido o puto que fez o check in e fica tudo como antes.

E pronto queridos clientes, por hoje é tudo. Tenham uma boa semanita e aguentem-se com o briol que ainda agora é Janeiro. Fiquem com a beijoca do costume da vossa

Rosarinho

1/10/2010

Ficção Científica?


Não vi nem quero ver. Esta história de haver paparazzi em Portugal só cabe na cabeça do António Pedro Vasconcelos. Não há. Só há paparazzi quando há celebridades a fugir deles. Aqui só há um grupinho de gente armada em vedeta que dá o cu e cinco tostões para aparecer nas festas no BBC e mais não sei onde, todos comer croquetes à borla e a pôr-se em biquinhos de pés para se fazer à fotografia. Paparazzi... lembram-se de cada uma!

1/09/2010

O nosso governo é bom

1. Vão acabar as bichas solitárias
2. Vamos passar a comer bolo gay em Janeiro
3. A exponoivos vai ter visitantes a dobrar
4. Quando o padre mandar beijar a noiva vai estar a referir-se a quem?

Estas foram quatro das muitas que já ouvi hoje. Se não fosse esta lei lá andaríamos nós murchos e cabisbaixos, sem um motivo novo para inventar piadas, embora umas mais secas do que outras.

1/07/2010

Contas



Vamos lá ver uma coisa:
-92.000 pessoas na minha sala a jantar seria muita gente. Muita gente mesmo! Diria que gente demais. A maior parte tinha que ficar na rua e ia encher o quarteirão todinho até lá ao fundo!
-92.000 pessoas no estádio municipal de Aveiro, continuava a ser muito, mas já não tanto. Tinham que se sentar três em cada banquinho.
-92.000 pessoas no estádio Ninho do Pássaro não era muito nem pouco, estava bem.
-92.000 pessoas no Maracanã era manifestamente pouco. Mais de metade dos lugares ficavam vazios.
-92.000 pessoas em Portugal inteiro a assinar uma petição é menos de 1% da população. É muito pouco mesmo.
A isto chama-se valor relativo.

1/05/2010

Boas notícias


A AEP, associação de empresários portugueses, quer ver reduzidos os feriados porque, diz, são muitos. Mais dois do que a média europeia. Aqui na padaria apoiamos totalmente porque é o primeiro passo para uma grande mudança para melhor, dizemos nós. Continuando nesta lógica, a AEP vai chegar a perceber que os salários dos desgraçados que trabalham nas empresas portuguesas estão muito abaixo da média europeia e vão querer aumentá-los à força toda. É não é?

1/04/2010

E hoje damos a palavra a um cliente que ficou sentido com um post nosso: António Bento

As mulheres a conduzir:

No geral são como os homens, irritantes, excepto alguns detalhes mais irritantes.

Os homens quando fazem merda, ou vêem que o outro tipo lhes está a facilitar a vida, costumam levantar a mão num gesto que se tornou sinal universal de desculpas/agradecimentos. É tipo "epa, sorry" ou "epa, gracias". É quanto basta para cortar a road-rage. As mulheres nunca agradecem, são as senhoras da rua.

A estacionar são umas cabras. Um tipo vê outro a sair, faz o pisca e espera para estacionar. Se vier um homem que não repare, dá-se uma apitadela amistosa, o outro levanta a mão, nós levantamos a mão num ok tudo bem, ele recua e estacionamos. As senhoras estacionam, não ouvem apitadelas, nem o que às vezes lhes chamam. Fecham o carro, empinam o nariz e lá vão com uma cara de era só o que faltava, um lugar tão bom e eu ia mesmo desperdiçá-lo.

Houve uma estatística parva aqui há anos, feita por um tipo que foi deportado para a Sibéria, que dizia que as mulheres tinham menos acidentes, logo eram melhores condutoras. Houve até seguradoras, que faliram por baixar os prémios caso o tomador fosse uma ela. Ora as mulheres não são melhores condutoras, têm até muito mais acidentes, são é, em geral, menos graves porque como não sabem meter a segunda andam devagar - os homens batem menos, quando batem nem a caixa negra se aproveita e fica o assunto resolvido. Mas, os acidentes provocados pelas mulheres, se contabilizarmos o tempo perdido nas seguradoras (porque elas nunca se dão como culpadas, porque a estatística tal e coiso) saem muito mais caros a toda a gente em tempo e calmantes.

As mulheres sabem que o botanito que acende os 4 piscas é para uma emergência. O conceito de emergência é que é muito vasto. Entupir uma rua para marcar hora no cabeleireiro. Parar no passeio em cima duma passadeira para ir ao cabeleireiro. Enfim, cada vez que param é uma emergência, o pessoal espera que apareça alguém a esvair-se em sangue e sai uma garina com duas camisas da lavandaria ou dois gaiatos da creche. Quando não ficam a testar a paciência da fila, a discutir porque é que o Quinzinho deixou a Quinzinha. Os homens também param em locais impróprios, mas não ligam lá os piscas. É tipo roleta, ou se é multado ou não, mas não se anda a fingir que morreu gente só para ir ao multibanco.

Não sei se deva falar nos telemóveis. Os homens também os usam ao volante, embora não andem com eles como se estivessem colados com supercola3 à orelha. Mas junte-se a isso o cigarrito e o retoque da maquilhagem e conclui-se que duas mãos não bastam. Felizmente que as senhoras, sensatamente, param para fazer isso, geralmente nos semáforos. Mas depois não arrancam, até a buzinaria ser tão grande que percebem que são elas, e aí, costumeiramente, saem disparadas com o laranja já a mudar para vermelho deixando todos os outros pendurados.

As mulheres nunca lêem o livro de instruções, nem sabem onde está. Quando acende uma luzinha vermelha no painel telefonam ao marido a dizer que o carro tem uma avaria. O desgraçado lá vai a correr, para descobrir que foi uma porta que ficou mal fechada. Quando regressa ao trabalho, se gosta da esposa diz que as mulheres são todas umas estúpidas que metem dó, se não gosta diz que ela fechou mal uma porta.

Os homens são muito acusados de estar sempre a mimar os carros, lavá-los com jogos de escovinhas e cotonetes, usar produtos específicos para as jantes, para os pneus, para os plásticos, para os estofos, para o escape, para os vidros por dentro, para os vidros por fora (é diferente), pôr cera, polir, aspirar, ver a pressão dos pneus seis vezes ao dia, e por isso alguma mulher disse que o carro é uma extensão do pénis. Pela maneira como as senhoras tratam os popós, sempre cheios de tralha e cobertos duma camada de merda de pardal com pó, se forem uma extensão da vagina não adianta muito pôr um Brise na sofagem.

E pronto, fui mauzinho.

AVISO: ESTA CRÓNICA ENCONTRA-SE REDIGIDA EM PORTUGUÊS ARCAICO PRÉ-ACORDO ORTOGRÁFICO

Olá queridos clientes, estão bonzinhos? Então cá estamos nós para a primeira análise de 2010, que eu espero que tenha começado bem para todos. Para mim, começou logo com um feriado, vamos ver o resto!

1. No dia 1, quatro mil adeptos do fêquêpê deslocaram-se ao estádio do dragão para assistir a um treino. Pois. Por cá também esteve tudo fechado...

2. Esta já tinha acontecido mas só agora é que alguém se chibou. No Funchal, o cónego da sé, depois de ter sido investigado pelo governo regional sob a suspeita de ser comunista, foi recambiado para o Machico, por ter dito durante as homilias que há pobreza na Madeira, como se essa merda fosse uma grande novidade. É por isto que eu acho que a Madeira devia ser proposta à Unesco como património imaterial da humanidade e não o fado. Onde é que em pleno século XXI se encontra uma terra onde o governo mande investigar alguém a ver se é comuna? Hein? Isto é que é manter vivas as tradições do passado! Muito bem!

3. O nosso amado presidente, Sr. Aníbal, fez um discurso impecável de ano novo. Sim senhor! Quem o ouvisse nem conseguia acreditar que foi ele o primeiro-ministro que, entre 1985 e 1995, deixou esbanjar milhões e milhões que vieram da CEE à fartazana sem que nada de nada se fizesse pelo progresso económico do país!

4. Os franceses já puseram em saldo as vacinas contra a gripe A que lhe sobraram e, pelos vistos, outros países vão pelo mesmo caminho. Azar para eles, azar para nós que as pagámos sem ninguém nos perguntar se queríamos, mas sorte para a indústria farmacêutica que sempre dá um jeito de se safar, mesmo em tempo de crise. E se Deus quiser, nunca hão-se faltar tansos nos governos para que tal continue a acontecer, amen.

5. Como acontece todos os anos, temos que levar com umas piadas secas nos jornais e nas televisões sobre os bebés que nasceram no dia 1 como se essa merda fosse alguma façanha especial, deles ou dos pais. No entanto, este ano, a RTP bateu todos os recordes ao noticiar que nos estados unidos dois gémeos nasceram com uma década de diferença por um ter nascido nos últimos minutos de 2009 e o outro nos primeiros minutos de 2010. É que na verdade a próxima década até só começa para o ano. F...-se! Haja paciência!

E pronto queridos clientes, por hoje é tudo. Resta-me desejar-vos, como sempre, uma semaninha porreira e deixar-vos a beijoca do costume da vossa

Rosarinho

1/01/2010

Grande oferta da padaria aos clientes

Tal como em 2009, o Farinha Amparo tem o prazer de oferecer aos seus clientes, o calendário da padaria.
Têm que o imprimir vocês, claro.
Mas depois fica um encanto em qualquer salinha de estar ou escritório.